Melhora qualidade de vida e bem-estar no Brasil

Pesquisa do IBGE mostra que todos os Estados e o Distrito Federal apresentaram aumento

A qualidade de vida e o bem-estar da população brasileira melhoraram nos últimos nove anos, no período compreendido entre 2008/2009 a 2017/2018. O IDS (Índice de Desempenho Socioeconômico) do País aumentou 12,8% nesse período, saltando de 5,45 para 6,14, variação de 12,8%. Somadas as aquisições não monetárias de serviços, captadas apenas na edição 2017-2018, o IDS chega a 6,21. 

É o que revela a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou os dados na última sexta-feira (23). As datas referem-se às duas últimas edições da pesquisa.

O levantamento traz atualização dos indicadores que medem a qualidade de vida da população brasileira, tanto do IDS, que avalia o progresso socioeconômico a partir da renda, quanto do IPQV (Índice de Perda de Qualidade de Vida), que mede as privações que as pessoas enfrentam. Ambos os índices haviam sido divulgados pela primeira vez em 2021.

O IBGE explica que as perdas, medidas pelo IPQV, “são efeitos das dificuldades que as famílias têm para transformar os seus recursos e aquisições de bens e serviços em qualidade de vida. Esse índice alcança temas como bem-estar, desigualdade, exclusão social e pobreza e traz recortes variados, segundo as características das pessoas de referência das famílias, como cor ou raça, sexo, idade, e renda. O estudo identificou que entre os principais fatores que afetam essa conversão estão as próprias características das famílias, os aspectos da sociedade e os locais onde vivem”.

“A partir dos indicadores de cada dimensão, é possível calcular a perda que cada pessoa tem, em sua qualidade de vida, como ter um lazer considerado ruim ou passar tempo demais no transporte”, explica ao portal do IBGE Leonardo Oliveira, analista da pesquisa. A partir desse cálculo, e do total dos elementos, é estimada a função de perda de cada pessoa.

Das nove categorias analisadas na pesquisa, três apresentaram relevância significativa na composição do efeito marginal do IDS para o País no período 2017/2018, quais sejam, educação, padrão de vida e acesso aos serviços financeiros, com percentuais na casa de 19%. Efeito marginal, explica o IBGE, “mede o impacto ou importância da dimensão. Assim, nas dimensões com maiores contribuições, as perdas de qualidade impactam mais negativamente o IDS”. 

Nas outras categorias, moradia chegou a 16,1%, enquanto acesso aos serviços de utilidade pública e saúde e alimentação ficaram com cerca de 14% do total dos efeitos marginais observados no resultado do indicador. As nove categorias analisadas na pesquisa são renda, moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde, educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, alimentação, transporte e lazer e viagem. 

“Quando há um maior equilíbrio na contribuição de cada dimensão, o bem-estar daquela sociedade ocorre de forma mais balanceada. Todas as dimensões apresentaram percentuais significativos, o que demonstra uma necessidade de ações estratégicas integradas e planejadas em diferentes áreas para se combater as perdas na qualidade de vida”, disse ao portal Leonardo Oliveira, analista da pesquisa.

ESTADOS e DF

Ainda conforme o levantamento, todos os Estados mais o Distrito Federal apresentaram aumento na qualidade de vida e bem-estar, considerando as aquisições não monetárias de serviços. Os maiores IDSs no período 2017/2018 ficaram com o Distrito Federal, que registrou 6,98, e São Paulo, com 6,87. Na outra ponta, os menores foram observados nos Estados do Maranhão, na casa de 4,90, e do Pará, com 5,10. 

De acordo com o instituto, a renda não monetária é a soma de todos os valores dos bens e serviços pelos quais as pessoas não precisaram pagar. Valores de bens e serviços prestados pelo governo, como os de saúde, e de famílias que têm despesas pagas por um parente, assim como o aluguel estimado estão incluídos nessa lista.

Em termos percentuais, os maiores aumentos de IDS foram verificados em Roraima, com 32%, e Sergipe, com 25,8%, Estado no qual a RDFPC (Renda Disponível Familiar Per Capita) é mais baixa que a média nacional, explica o IBGE. Por outro lado, enquanto Rio Grande do Sul, com 9,1%, e Rio de Janeiro, com 5,6%, observaram as menores altas.