Plataformas das redes sociais serão notificadas pelo Governo Federal sobre mensagens de ameaças em escolas

Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da força-tarefa Operação Escola Segura, vai cobrar também monitoramento ativo das plataformas em relação ao teor

Em meio aos atos de violência ocorridos em escolas no Brasil (São Paulo e mais recentemente em Blumenau, Santa Catarina), que resultaram em trágicos desfechos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou que vai notificar as plataformas das redes sociais para a abertura de um mecanismo mais ágil e eficaz.

A decisão partiu após reunião do ministro Flávio Dino com a presença do secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, Polícia Federal, Ministério Público e representantes de plataformas digitais.

De acordo com a divulgação do MJSP, na reunião foi destacada a força-tarefa Operação Escola Segura, instituída a partir da ocorrência registrada na creche de Blumenau, na qual ocorreu a morte de quatro crianças e ferimentos de outras cinco, em virtude de um ataque de um homem de 25 anos.

“Nas reuniões com as plataformas ficamos espantados, indignados, com o que está circulando nelas em escala industrial. Estamos vendo o pânico sendo instalado no seio das escolas e nas famílias e não identificamos ainda a proporcionalidade entre a reação das plataformas com a gravidade dessa autêntica epidemia de violência que ameaçam nossas escolas nesse momento”, afirmou Flávio Dino, em texto publicado no portal do Ministério da Justiça.

“O que estamos fazendo é esta cobrança de que haja em primeiro lugar velocidade no cumprimento e atendimento das nossas solicitações quando identificamos perfis que são perpetradores ou violadores da lei, ameaçando ou fazendo apologia de violência contra as escolas. Nós pedimos, também, a essas empresas que fortaleçam o monitoramento, ou seja, não basta nesse momento que haja uma postura puramente reativa ou passiva dessas empresas em relação às solicitações que estamos fazendo”, adicionou o ministro.

NÚMEROS – Na reunião foi abordado que nos últimos dia 8 e 9 de abril, foram identificados mais de 500 perfis em uma determinada plataforma, que trazem em seus conteúdos apologias à violência.

A assessoria da empresa Meta (Facebook e Instagram) foi contatada, mas informou que “não há mais detalhes no momento” sobre o questionamento apontado.